sábado, 21 de janeiro de 2012

PROFESSORES DO ESTADO, MAIS UMA VEZ LUDIBRIADOS!

Força e inteligência são atitudes que todos os governo gostam de demonstrar para impor respeito ou intimidar, principalmente os funcionários públicos, mais especificamente os professores. Não estou dizendo aqui que os governos erram em 100% dos casos, mas o que vi ontem foi uma prova de que dizer que educação é prioridade está apenas no discurso.
Em 2008 com a aprovação da lei 11738 que norteia a construção dos planos de carreira e estatuto do magistério, um dos principais pontos debatidos foi o artigo 4º que versa sobre o emprego dos 2/3 da jornada de trabalho com o aluno e o outro 1/3 para realização de reuniões pedagógicas, preparação de aulas, correção de provas e demais atividades extra-classe. Na época estados e municípios entraram na justiça dizendo que não tinham condições financeiras para cumpri - lá, até que no início do ano passado o Supremo Tribunal Federal determinou seu cumprimento imediato.
Passou um ano e todos estavam aguardando a nova tabela de hora/aula, hora em trabalho pedagógico e hora livre. Até que minutos antes da atribuição das aulas para o ano de 2012 chegou o documento com as orientações e segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a tabela proposta cumpria rigorosamente a lei.
Certamente orientados por matemáticos do setor empresarial, conseguiram através da transformação de hora/aula para hora/relógio, provar que eles já estavam cumprindo a lei e que a diferença era de apenas uma aula. Cálculo certíssimo que nenhum matemático encontrará erros. Ou seja, trocou seis por meia dúzia!
Assim os quase duzentos mil professores da rede estadual de São Paulo, esperançosos em ter melhores condições de trabalho a partir de 2012 foram surpreendidos com esse “Golpe do Estado”, que provavelmente será copiado pelos demais estados e pelas prefeituras do país todo, agradecidos e abençoando a bela fórmula do governo Alckmin.
São inteligentes os nossos governantes? Não, incompetentes e irresponsáveis! Perderam a oportunidade de tentar resgatar um pouco da dignidade dessa categoria que há muito tempo vem sofrendo com o descaso.
Na década de 80 quando eu ainda era estudante, li um livro intitulado “Virando a própria mesa” do Ricardo Semler e desde então percebi que aqueles que trabalham felizes, sua produtividade é muito maior. Infelizmente parece que nem todos pensam assim e adoraram exercitar diariamente a prática de “irritar” seus subalternos.
Estou comentando o fato porque chamou muito a minha atenção. Num país onde milhões "vão para o ralo" através da corrupção, ficar criando fórmulas para ludibriar professores é no mínimo absurdo!
Não sei os reflexos de tudo isso, acredito que a maioria ainda não tomou conhecimento da situação, só sei que a Educação é a única forma de mudança da sociedade e a arma para vencer essa guerra está nas mãos dos professores.



PS: Costumo escrever sobre os fatos que acontecem ao meu redor e dar minhas opiniões. O que aconteceu ontem não me afetou em nada, aliás estou muito feliz e agradecida com o trabalho que me foi designado para o ano de 2012. Ocorre que algumas pessoas dizem que quando defendo os professores estou "olhando para o próprio umbigo". De forma alguma, quando eu acho que nós professores falhamos também costumo comentar. A Educação é meu universo, eu não poderia debater sobre outra coisa, concordam?



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