quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Educação tem solução?




Manchete principal do jornal Folha de São Paulo de hoje 14/09/2011: “MEC PROPÕE ANO ESCOLAR COM 220 DIAS DE AULAS”, imagine só os comentários feitos pelo meu marido. Ainda não eram sete horas da manhã e ele com o jornal na mão já estava irritado com a infeliz proposta do MEC.
Ouvimos todos os dias comentários dizendo que a Educação não está dando certo. A mídia consegue inculcar nas pessoas um quadro catastrófico, onde o principal responsável é o professor.
Alguém me perguntou: “Você acha que existe uma saída para resolver o problema da Educação?” Respondi: “Após respirar Educação por toda a minha vida, tenho certeza que sim se todos os envolvidos no processo tiverem Compromisso e Responsabilidade. A Educação é como o corpo humano, onde todos os órgãos e sistemas têm que estar funcionando bem, caso um não esteja, compromete todo o bem estar da pessoa.
O ato de promover a Educação começa com os governantes. É preciso muito discernimento para que os investimentos sejam feitos de forma correta. A Educação é o maior orçamento dos governos, e o mais visado por aqueles que querem “ganhar dinheiro”, portanto se os governantes não conhecerem as reais necessidades, estarão propensos a cometer erros que prejudicará todo o restante do processo.
Nas diretorias de ensino e secretarias de educação é preciso que os gestores administrativos e pedagógicos estejam comprometidos com a qualidade da educação e que trabalhem com muita garra e responsabilidade, que estejam apaixonados pelo o que estão fazendo, para as escolas terem o apoio necessário para que um bom trabalho seja feito. Infelizmente, muitas vezes encontramos pessoas despreparadas ocupando funções onde não sabem o que fazer.
Na escola é que o processo educacional é efetivado, além da necessidade do apoio, a escola precisa que a equipe gestora faça da escola a continuidade da sua casa. Que tenha compromisso e vise o bem, principalmente do aluno. Os gestores não podem medir esforços para que sua escola seja a melhor possível, devem estar sempre comprometido em melhorar a sala de aula para os alunos e professores. Porém vemos gestores que não fazem seu trabalho da forma que deveriam, pensam apenas no seu bem estar.
O professor é o mais importante do processo. Ele tem que estar envolvido com a escola e seus alunos, tem que gostar muito do que faz e dar o melhor de si sempre. Encontramos professores dedicados e extremamente apaixonados por aquilo que fazem, professores que se preocupam com seus alunos e querem de verdade o melhor para eles.
Por outro lado vemos duas situações complicadas, de um lado a desvalorização da profissão que se arrasta por décadas, fazendo que o magistério seja a profissão tida como aquela que nenhum jovem deseja, porque além dos baixos salários, existe um descaso e um desrespeito muito grande. De outro lado a situação faz com que existam poucos professores e que as redes não consigam selecionar os melhores e ainda, encontramos muitos que estando desprovido de profissão resolveram “virar professores” de péssima qualidade que chegam em sala de aula apenas para “enrolar os alunos”.
A escola também depende de seus funcionários para o bom andamento. É preciso que todos façam tudo com muito amor e carinho e não meçam esforços para que a escola esteja sempre bem organizada, bem limpinha, a merenda esteja gostosa, atenda bem as pessoas, enfim os funcionários também são educadores.
O principal ator do processo ensino-aprendizagem, o aluno, precisa ser responsável e fazer sua parte. A Educação foi universalizada no final do século passado e com isso a escola pública não pode mais “selecionar” seus alunos. Alguns alunos não aprenderam em casa a tratar a todos com cordialidade e conviver em sociedade e trazem inúmeros problemas para a escola. É preciso que os alunos entendam seu papel.
A Família também deveria ter uma grande responsabilidade. Conhecemos muitos pais extremamente responsáveis que colocam a educação de seus filhos acima de tudo e isso não está ligado a condição social. Contudo estamos vivendo a década da irresponsabilidade familiar. Conhecemos pais que abandonam seus filhos a sorte e não se importam com sua vida escolar e pior ainda, temos aqueles que querem ver seus filhos na escola apenas para receber os recursos do Programa Bolsa Família e não por quererem um futuro melhor para eles.
Enfim, não adianta aumentar dias letivos, diminuir férias em janeiro, colocar o aluno em tempo integral na escola e outras idéias fantásticas que saem dos gabinetes dos gestores do alto escalão dos governos. A receita é simples demais, tratar a todos com muita humanidade e carinho e acima de tudo não esquecer do Compromisso e da Responsabilidade DE TODOS....

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