domingo, 6 de agosto de 2017
#Somos910Não250
Foi neste mesmo site que em outubro de 2011 eu fiz diversos textos sobre a tentativa da Secretaria de Estado de Educação em incluir a Escola "Monsenhor Seckler" num dos seus projetos, transformando toda a estrutura já existente em um projeto experimental.
Na ocasião, após manifestação contrária da comunidade escolar, desistiram do projeto. Pois bem, eu achei que nunca mais passaríamos por isso, mas não, seis anos depois estamos vivendo o mesmo fantasma.
Nós não somos contra a Escola de Tempo Integral, nós somos contra a maneira como as coisas são feitas. Não temos informações nenhuma sobre o projeto, só sabemos que dos 910 alunos matriculados na escola permanecerão apenas 250. Os demais serão "jogados" para escolas de outros bairros sem levar em consideração a distância, a segurança e o vínculo que os mesmos possuem com a comunidade escolar.
O período noturno irá acabar. Como ficarão os alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA? Não devemos nos esquecer de que nos últimos anos a modalidade deu oportunidade para muitas pessoas, que por um motivo ou outro não puderam estudar na idade certa, concluírem seus estudos.
E os alunos que necessitam do curso regular noturno, porque precisam trabalhar para complementar a renda da família ou porque fazem cursos técnicos durante o dia, como ficarão? Serão "jogados" para escolas distantes? Cadê o respeito com as pessoas que mesmo cansadas por intensas jornadas de trabalho durante o dia procuram dar sequência aos estudos?
A Escola "Monsenhor Seckler" possui excelente localização, possui tradição e uma excelente estrutura para o trabalho que vem sendo desenvolvido nos dias atuais, tanto que tivemos o melhor aproveitamento da cidade, apurado pelo IDESP 2016. Porém sua estrutura não é própria para o aluno permanecer nela o dia todo.
Uma verdadeira Escola em Tempo Integral tem que possuir espaços que a nossa escola não tem. Os espaços têm que ser adaptados à modalidade. Como? É só assistir qualquer filme com histórias de adolescentes dos Estados Unidos, por exemplo, High School Musical, que você terá ideia de qual estrutura será necessária para isso.
Perdoem-me os entusiastas deste projeto, mas eu estou há 32 anos na Rede Estadual de Ensino e até hoje eu não vi nenhum projeto da Secretaria de Estado da Educação ser institucionalizado. As mudanças que ocorreram nestes anos foram por conta da LDB 9394-96, pelo ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente e outras legislações como o Ensino Fundamental de 9 anos. Todas as leis federais! As "mudanças" que vieram do Governo do Estado permaneceram por meses ou no máximo por dois anos e depois acabaram em nada!
Diante deste quadro é possível ter confiança? É impossível não pensar que querem destruir toda uma estrutura já existente para fazer um projeto que nem eles mesmos sabem se dará certo? É impossível não pensar que estamos sendo "cobaias" do nosso governo somente para em 2018 gritar em alto e bom tom que todas as cidades do interior de São Paulo têm Escola em Tempo Integral?
Temos informações péssimas do projeto trazidas por pessoas que conhecem o seu funcionamento em outras cidades. A estrutura não funciona, apenas "prende" os alunos dentro da Unidade Escolar durante todo o dia e não acrescenta nada na formação deles. Segundo informações a maioria das oficinas que deveriam existir não acontece por não terem profissionais qualificados para administrá-las e a alimentação para quem fica todo o dia na escola é a base de produtos enlatados.
Senhor Governador, não somos contra aos avanços na Educação, não somos contra a Escola em Tempo Integral, nós só não queremos que destrua a nossa escola para isso.
O Senhor se lembra de que o nosso município já foi presenteado com um presídio, então dê-nos uma compensação, construa uma verdadeira Escola em Tempo Integral para aqueles que optarem por frequentá-la. Eu tenho certeza que com menos de 15% do valor que o Senhor gastou com o presídio, investirá em nossa cidade na construção da melhor escola do Estado de São Paulo.
Construir, não destruir! Isso sim será justo.
Respeite a vontade da Comunidade Escolar.
Queremos continuar atendendo os 910 alunos e não somente os 250 alunos.
Respeite a nossa vontade!
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